A Muralha - Referência para Narradores - Guerra dos Tronos



Com todo essa expectativa com o lançamento do Guerra dos Tronos RPG, pela Editora Jambô, voltei a narrar em Westeros e como muitos já tinha comentado a Crônica será realizada na Muralha, os personagens são membros da Patrulha da Noite, ou pessoas que tenham uma relação com os juramentados.

Realizando uma pesquisa na internet, por referências, encontrei a entrevista do G.R.R Martin sobre a origem da ideia da Muralha, no site Adria’s News que depois foi traduzida e disponibilizada pelo Site Game of Throne BR.

Talvez a Muralha seja a locação mais importante dos seus livros. Como você chegou a idealizá-la?
Lembro-me muito bem. Em 1981, na minha primeira viagem para fora dos Estados Unidos, visitei a Inglaterra para ver a minha velha amiga e escritora Lisa Tuttle. Passei um mês lá e corremos o país visitando os locais mais importantes. E quando fomos para a Escócia, visitamos a Muralha de Adriano. Lembro-me que era o fim do dia, perto do pôr do sol. Os ônibus de turismo foram saindo e tivemos a Muralha quase só para nós. Era outono e o vento estava soprando. Quando chegamos no topo, eu tentei imaginar como seria a vida de um legionário romano do primeiro ou segundo século depois de Cristo. Essa parede foi o fim do mundo conhecido, e que estava protegendo as cidades dos inimigos por trás dela. Eu experimentei um monte de sentimentos ali, olhando para o Norte, e eu só os usei quando comecei a escrever A Guerra dos Tronos. No entanto, a fantasia precisa de uma imaginação ativa. Eu simplesmente não podia descrever a Muralha de Adriano. É incrível, mas tem cerca de dez metros de altura e é feita de pedra e lama. Fantasia requer estruturas mais magníficas, então eu amplifiquei os atributos da Muralha de Adriano.



A Muralha de Adriano – Embasamento Histórico.

A Muralha de Adriano é uma fortificação construída principalmente em pedra e madeira, no norte da Inglaterra, aproximadamente na atual fronteira com a Escócia. Foi assim denominada em homenagem ao imperador romano Públio Élio Trajano Adriano, que ordenou a sua construção. É a primeira de duas fortificações construídas na Grã-Bretanha, a segunda sendo a Muralha de Antonino, menos conhecida, porque seus vestígios são menos evidentes hoje.
O Império Romano encontrava-se em expansão no século II, com as novas conquistas de Trajano e anexações das províncias da Dácia e da Mesopotâmia, mas começavam a surgir indícios da crise. Logo o imperador Adriano compreendeu que manter a expansão em todas as direções do Império era inviável. Conhecendo as ameaças na fronteira da Britânia, optou por manter o que já havia sido conquistado. Assim, determinou que se iniciasse a construção de uma muralha, estrutura defensiva com a função de prevenir as surtidas militares das tribos que habitavam a Escócia - os Pictos e os Escotos (denominados de Caledônios pelos romanos), e assinalar o limite ocidental dos domínios do Império.

Outro ponto de vista é que a muralha separava simbolicamente o mundo civilizado (romano) do mundo "bárbaro", demonstrando assim a soberania e o poder romano.

Construção
Originalmente a muralha de Adriano se estendia por cerca de 118 Km, desde o rio Tyne até ao Oeste da Cúmbria. A construção foi feita pelos próprios soldados das legiões romanas: cada "centúria" era obrigada a levantar a sua parte da muralha.

A muralha foi erguida sobre a terra, em aparelho maciço de pedra e turfa, com 4,5 metros de altura por 2,5 metros de largura. O seu topo era percorrido por uma estrada de 1 metro de largura, com o fim de facilitar as comunicações e os transportes. A cada distância determinada havia uma torre de observação, e a cada distância maior existiam quartéis para as tropas de guarnição, tal como no modelo sistemático que os romanos consolidaram para as suas fronteiras.

Muitas estradas e fortificações, que em diversos casos se tornaram cidades, foram construídas baseadas na rota desta muralha, acentuando a importância da muralha e beneficiando o contato entre diversos pontos do território.

Após a morte de Adriano, o novo imperador, Antonino Pio, abandonou a muralha, deixando-a em um papel de apoio, e começou a construir uma nova muralha chamada de Muralha de Antonino, cerca de 160 km ao norte, mais fortificada do que a anterior. Antonino não foi capaz de conquistar as tribos do norte. Então, seu sucessor Marco Aurélio abandonou a Muralha de Antonino e reocupou a Muralha de Adriano como a principal barreira defensiva. A muralha permaneceu ocupada por tropas romanas até que estas se retiraram da Grã-Bretanha no início do século V.

No início do século V, com as invasões bárbaras, o declínio econômico e os golpes militares, os romanos perderam o domínio na Grã-Bretanha. Com o tempo a muralha foi abandonada e caiu em ruínas. Ao longo dos séculos, suas pedras e outros materiais foram reutilizados em outros edifícios próximos.


A Muralha – O legado de Brandon, o construtor.

História
A Muralha, supostamente, foi criada a mais de oito mil por Brandon, o Construtor, após a Longa Noite, para defender os reinos dos homens dos selvagens e dos Outros. Com aproximadamente 500 km de comprimento, e 200 metros de altura, a Muralha é protegida pela Patrulha da Noite e, segundo alguns, por antigos feitiços e magia. Diversas menções nos livros sugerem que a Muralha fora muito menor na época de seu construtor, tendo sido erguida pelos construtores da Patrulha, que carregaram enormes blocos de gelo dos lagos congelados da Floresta Assombrada e os arrastaram para o sul para tornar a Muralha mais alta, erguendo-a no decorrer dos séculos até o tamanho atual. Entretanto, por conta de seus números severamente diminuídos, a Patrulha limita-se à manutenção, atualmente. Um total de dezenove fortalezas foram construídas ao longo da Muralha, mas apenas três, a Torre Sombria, Castelo Negro e Atalaialeste do Mar estão ocupadas no período descrito pelos livros.

Descrição
A Muralha demarca a fronteira norte dos Sete Reinos, separando-os das terras selvagens de Para Lá da Muralha; considerada uma das nove Maravilhas Feitas Pelo Homem. A Muralha é mantida e defendida pelos Irmãos Juramentados da Patrulha da Noite, que patrulham e guardam os castelos, da cadeia montanhosa Presas de Gelo a oeste, à Baía das Focas a leste.

Constituída de gelo sólido e rocha, e pode ser visualizada a grandes distâncias. Apresentando uma coloração acinzentada com tons de azul, dependendo do tempo e hora do dia. Diversos relatos informam haver antigos feitiços incrustados no gelo, para fortalecer a Muralha e repelir criaturas de natureza mágica como os Outros. A Muralha é reta de Atalaialeste do Mar ao Castelo Negro, porém "corre como uma serpente" entre o Castelo Negro e a Torre Sombria.

A Muralha não possui portões, apenas alguns túneis que a atravessam, protegidos por pesadas grades de ferro e enormes correntes que precisam ser destrancadas. Onde os castelos foram abandonados, ou em tempos de perigo, são selados com gelo e rochas.

Defesas
A Patrulha da Noite não permite que a floresta se aproxime mais de oitocentos metros da Muralha. Com o passar do tempo, entretanto, próximo aos castelos abandonados, a floresta voltou a crescer rente à Muralha. No topo de Muralha esta repleto de catapultas e guindastes. As galés de Atalaialeste patrulham a Baía das Focas para prender contrabandistas que desviam da Muralha pelo mar para vender armas aos selvagens; a oeste, as montanhas e o profundo rio Garganta, tornam impenetrável o terreno, exceto para pequenos grupos de invasores.


Castelos
A Patrulha da Noite ergueu dezenove castelos para proteger a Muralha, embora nunca mais de dezessete tenham estado ocupados ao mesmo tempo. Nos últimos trezentos anos, com a diminuição do contingente da Patrulha, a maioria destes castelos foi abandonada; os castelos fantasmas, como alguns os chamam. Durante os eventos descritos em A Guerra dos Tronos, apenas três castelos eram usados.

Antes da atual fase do conflito Para Lá da Muralha, apenas três castelos eram utilizados, embora ocasionalmente uma força fosse enviada a um dos castelos por uma semana ou um mês, conforme sugerido pelo Primeiro Patrulheiro Benjen Stark. Os castelos ocupados são:

Castelo Negro, o maior castelo ocupado, localizado na extremidade norte da Estrada do Rei, mantido por cerca de seiscentos Irmãos.

Torre Sombria, o posto mais a oeste da Patrulha, ocupado por duzentos homens.

Atalaialeste do Mar, pequena vila e porto da Patrulha da Noite, conta com o menor contingente de homens.

Após Jon Snow ter sido eleito o 998º Lorde Comandante, ele começa a executar um plano de ocupar todos castelos. Os castelos ocupados são:

Guardagris, reocupado por 30 homens da Patrulha sob o comando de um Intendente da Torre Sombria.

Portapedra, dado ao Povo Livre liderados por Soren Quebrescudo, para se instalarem e guarnecerem local.

Marcagelo, reocupado com 30 homens sob o comando de Bedwyck, vinte da Patrulha e dez homens do Rei Stannis.

Forte Noite, a maior das fortalezas. Recentemente dado ao Rei Stannis Baratheon como sua sede. Levaria muito tempo para que ficasse adequado para habitação novamente.

Lago Profundo, reocupado pelo Povo Livre sob o comando de um membro da Patrulha.

Portão da Rainha, dado aos selvagens liderados por Morna Máscara Branca para se instalarem e guarnecerem o local.

Escudo de Carvalho, dado ao selvagem Tormund e seu clã, para ser a sede de seu poder.

Solar das Trevas, reocupado por selvagens sob o comando de um membro da Patrulha.

Monte Longo, reocupado por esposas-de-lança selvagens sob o comando de Emmett.

Guardaverde, dado aos selvagens do clã de Devyn Esfolafoca para se instalarem e guarnecerem o local.

Os outros castelos, ainda não ocupados, são: Archotes, Atalaiabosque da Lagoa, Atalaioeste da Ponta, Bosque de Sentinelas, Colina da Geadalva e Portão da Geada.

Táticas
A Muralha proporciona uma tremenda vantagem tática aos seus defensores, permitindo que um pequeno grupo detenha uma força muito maior. Os defensores ficam geralmente além do alcance de flechas ou catapultas e, por sua vez, fazem uso de arqueiros, catapultas e objetos atirados para deter um ataque.

Os atacantes devem usar uma de duas táticas, um ataque direto contra os poucos portões, que são bem defendidos, ou escalar a Muralha em pequenos grupos e atacar o portão da retaguarda. Os portões foram projetados com acesso limitado, dificultando uma entrada forçada. Em casos extremos, os portões podem ser preenchidos por pedras e gelo, tornando-se impenetrável como qualquer outra parte da Muralha. Escalar a Muralha envolve dificuldades similares, como Jon Snow descobriu ao simular fidelidade à causa selvagem, tendo participado de um grupo de infiltrado.

Um time de escaladores determinados pode atingir o topo, mas apenas se não forem detectados por patrulheiros, que podem facilmente atirar pedras ou flechas contra eles. Acredita-se que a Muralha "defenda a si mesma", despejando pedaços de seu próprio gelo, como fez contra Jarl em sua escalada. Segundo lendas, a Muralha é vulnerável ao Berrante de Joramun.





Autor: Jan Piertezoon
A Mente maléfica por trás da criação do Blog Filhos da Gehenna, (ir)responsável pela narração da atual crônica do blog apresentado no podcast.  Aficcionado por jogos de interpretação, onde o sistema preferido para as minhas crônicas é o Storyteller & Storytelling. Um colecionador de livros de RPG e um grande consumidor de podcast. RPG Mainstream ou Indie não importa, jogo todos!!!


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