RESENHA: DON CAPOLLO


Nesse último final de semana adquirir o Card Game Don Capollo, na Loja Mundo MultiGames – MMG e aqueles que acompanham o twitter e a fanpage do Blog Filhos da Gehenna puderam visualizar algumas fotos das jogatinas.

Don Capollo é um jogo desenvolvido por Gustavo Barreto, magnificamente ilustrado por Daniele Rios Boleeiro, aconselho a conhecer um pouco mais sobre a ilustradora em seu blog Dandi Desenhos, e lançado em conjunto pela Devir e a Hidra Games.

O meu primeiro contato com o jogo foi através da jogatina apresentada no JogandoOFFLine (assistam a jogatina), depois passei a acompanhar o processo de criação que foi disponibilizado no site do Don Capollo, onde é possível ler os comentários da ilustradora de cada carta desenvolvida para o jogo, ou seja, um verdadeiro ambiente foi preparado para a chegada do jogo. No Encontro Internacional de RPG – EIRPG os membros da Hidra Games compareceram caracterizados de mafiosos para apresentar o jogo Don Capollo e os sortudos que tiveram a oportunidade de adquirir o produto no evento, receberam de brinde uma carta especial.


A Mecânica Básica
Em Don Capollo, cada jogador irá representa um mafioso que quer assumir o título Capo de capi, de seu pai, um grande mafioso de Chicago que está preste a falecer. Mas para herdar esse titulo o jogador terá que administrar os negócios da família, obtendo Dinheiro e Poder, realizando diversas negociatas com os seus irmãos.

Em jogo existem oito negócios representados nas cartas – Agiotagem, Armas, Azeite, Bebidas, Cassino, Corrupção, Obras de Arte e Prostituição. Para cada negócio existente a oito cartas, dessa forma, os jogadores devem administrar apenas dois negócios diferentes de cada vez, acumulando cartas do respectivo negócio, mas a qualquer momento, um jogador pode prestar contas, i.e., liquidar determinado negócio, ganhando imediatamente o Dinheiro e o Poder indicado de acordo com o número de cartas que o jogador possuir e podendo, então, assumir novos negócios.

Não há nenhum momento em o jogador fique ocioso aguardando o seu turno, pois o fato de estarem sempre negociando as cartas, faz com que todos estejam sempre atentos, mesmo em seu turno, o jogador pode realizar diversas ações independente da ordem. O jogador pode baixar cartas de negócio de sua mão, pagar três notas de dinheiro para comprar uma carta de negócio do monte, prestar contas ou negociar suas cartas, mas há uma ação obrigatória que todo jogador deve realizar em seu turno, que pode variar entre:

1º pegar uma carta de negócio do monte, oculta, e ganhar uma nota de dinheiro;
2º revelar duas cartas de negócio do monte; e
3º pagar uma nota de dinheiro e revelar três cartas de negócio, mas todos os negócios revelados devem ser assumidos por algum dos jogadores antes do turno acabar, é nesse momento que temos o momento mais divertida a negociação.

Quando as cartas estão reveladas em aberto na mesa os outros jogadores poderão se interessar pelos negócios revelados, mas cabe apenas ao jogador da vez determinar quem irá ficar com cada negócio revelado, o jogador da vez irá analisar as ofertas e dependendo de quem tiver a oferta mais interessante irá aceitar a negociação. Outro fator que é fundamental na estratégia é que as cartas negociadas entre os jogadores não podem ir para suas mãos dos mesmos, devendo entrar diretamente em jogo, caso ninguém queira os negócios revelados, o jogador da vez é obrigado a assumi-los, mesmo que para isso precise prestar contas dos negócios que já tem para abrir espaço para os novos. É claro que ele também pode negociar com outro jogador para que esse assuma um negócio indesejado em seu lugar.

Outro fato que também irá ser fundamental nas negociatas é a carta de Favor, cada jogador possui a sua própria carta de Favor que representa o personagem filho do mafioso de Chicago – Lucca, Giovanni, Carlo, Francesco, Vincenzo e Vito, assim a carta de Favor pode ser oferecida em uma negociação e um jogador que possua um favor do outro pode, a qualquer momento do jogo, cobrá-lo e pegar uma carta a sua escolha desse jogador, seja da mão ou em jogo. É claro que o favor pode ser negociado, até mesmo passando para outros jogadores.

O término do jogo ocorre quando a pilha de cartas do baralho de negócios acabar duas vezes, dessa forma, todos prestam contas dos negócios restantes, ganham um Poder para cada cinco notas de dinheiro e roubam um poder daqueles que lhe devem um favor. Quem tiver mais Poder, torna-se o novo chefão da máfia.

Considerações Finais...
O meu grupo de jogo está fortemente liga ao RPG então alguns board games que deixam muito tempo ocioso entre as jogadas não tem vez, dessa forma, Don Capollo é perfeito para o meu grupo, pois durante toda a jogatina os jogadores estão negociando e tudo pode ser negociado a qualquer momento. Esse dinâmica deixa o jogo extremamente agradável e divertido. Por ter regras simples, é fácil explicar e de assimilar e temática Máfia é muito interessante.

Posso comparar a Don Capollo a um jogo de RPG, pois a interação é presente em todos os momentos, os jogadores estão sempre participando, e a ambientação é perfeitamente proporcionada pela arte sensacional de Daniele Rios Boleeiro, que está presente até no interior da caixa do jogo.

Antes de adquirir Don Capollo tinha uma preocupação com a qualidade dos componentes, pois geralmente jogos produzidos no Brasil apresentam baixa qualidade, mas não é o caso em Don Capollo, todos os componentes apresentam uma boa qualidade as notas de dinheiro são impressas frente e verso em um papel de qualidade, as cartas possuem uma qualidade admirável e apresenta uma boa durabilidade.


Em suma é um jogo excelente principalmente para grupos que estão acostumados a jogarem RPG, além disso, é bem acessível se comparado a outros board games. Eu recomento principalmente para iniciantes, pois as regras simples de ensinar e boas para assimilar, vão proporcionar muitos momentos de diversão. 



Autor: Jan Piertezoon
A Mente maléfica por trás da criação do Blog Filhos da Gehenna, (ir)responsável pela narração da atual crônica do blog apresentado no podcast.  Aficcionado por jogos de interpretação, onde o sistema preferido para as minhas crônicas é o Storyteller & Storytelling. Um colecionador de livros de RPG e um grande consumidor de podcast. RPG Mainstream ou Indie não importa, jogo todos!!!

Comentários

  1. Achei muito foda a temática e o estilo do jogo, vou adquirir o mesmo em breve, confiando é claro no bom argumento apresentado por Jan Piertezoon !!

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  2. A ilustradora agradece os elogios, e admira a resenha. ;)

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