RPG: Teatro da Improvisação & RPG


Após ler a publicação de Diogo Nogueira no Blog Pontos de Experiência – Como eu posso melhorar como mestre de jogo? – passei a refletir, sobre as atitudes que adotei para melhorar a forma que narro nas sessões de RPG, das quais, posso destacar a formação de um novo grupo de jogadores de boardgames, o teatro de improvisação e o aumento da leitura, incluindo HQ’s e literatura fantástica.  

Com o crescente mercado de boardgames no Brasil, principalmente alavancados com os inúmeros lançamentos da Galapágos Jogos, novos grupos de jogadores se formaram, dos quais, alguns nunca jogaram RPG. Alguns tipos de boardgames como The Resistance; COUP; Sim, Mestre das Trevas; Citadels e outros me ajudaram a desenvolver alguns novos elementos interpretativos, principalmente a improvisação.  

Todo Narrador de RPG independente do sistema e da temática de sua narrativa, sabe que a improvisação é uma das principais ferramentas de desenvolvimento da história, pois apesar de todo o preparo para uma sessão de RPG, durante a narrativa sempre ocorrerá imprevistos e é necessário o Narrador está preparado para evitar a “quebra” do enredo de sua história, dessa forma, é necessário improvisar.

Em uma pesquisa sobre a improvisação e interpretação encontrei o termo Teatro de Improvisação que em sua definição... teatro da improvisação é o momento em que o ator interpreta algo que não foi previamente pensado, escrito e/ou elaborado... podemos extrapolar essa idéia e afirmar que esses conceitos podem ser encontrados em uma sessão de RPG.

Dessa forma, passei a utilizar duas técnicas do teatro de improvisação

Aceite a ofertar: o narrador deve receber as propostas colocadas durante a narrativa pelos jogadores, ou seja, aproveitar a idéia narrativa colocada na cena em questão, sem querer propor outra idéia melhor ou simplesmente diferente, construindo uma narrativa compartilhada.

Ofereça migalhas: durante a narrativa deve-se evitar expor todas as informações para os jogadores, pois apesar de sua história está bem elaborada, os jogadores não iram absorver todos os detalhes em um único momento, dessa forma, a cada nova cena acrescente as informações paulatinamente sobre o cenário, npc’s importantes, lugares misteriosos, itens maravilhosos, intrigas e demais informações relevantes. Com o desenvolvimento da aventura os jogadores passam a receber pequenas informações e a moldá-las em seu universo. Esse detalhe estimula a imaginação dos jogadores, fornece material para o narrador utilizar em sua campanha e durante a improvisação se necessário.

Com o acréscimo dessas técnicas, as narrativas passaram a fluir mais naturalmente, diminui o tempo de respostas nos diálogos dos npc’s com os personagens jogadores, melhorou a forma de descrição das cenas e enriqueceu o histórico dos personagens envolvidos na história.

Para manter esse ritmo foi necessário refinar o meu dicionário de termos e a ter uma maior quantidade de idéias para serem utilizadas durante a narrativa.

Dessa forma, aumentei a variedade das minhas leituras, passei a ler mais Mangás e HQ, o que ajudou a melhorar as descrições de cenas; e a ler obras de novos autores de literatura fantástica, como Brandon Sanderson – Mistborn: O Império Final e Cornelia Funke – Coração de Tinta, ambos possuem uma narrativa frenética e fluida, que não poupam o leitor de cenas impactantes e reveladores. Complementando passei a realizar resenhas para o blog, mais uma forma de exercitar.

Pois bem... com certeza há outras formas de melhorar o modo de narrar RPG, mas essas foram as mais relevantes para as minhas narrativas, espero ter contribuído com ideias para melhorar a sua experiência em narrar RPG.


Comentários

  1. Achei seu texto muito interessante. Sou estudante de teatro e venho pensando nas possibilidades que as diversas ferramentas do rpg geram no estudo de metodologias teatrais. Com dramaturgos e encenadores que são figuras que se aproximam do mestre da mesa existem conexões interessantíssimas. Muito legal que jogadores de RPG estejam de olho nisso. A comunidade artística também deveria se integrar mais

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  2. Achei seu texto muito interessante. Sou estudante de teatro e venho pensando nas possibilidades que as diversas ferramentas do rpg geram no estudo de metodologias teatrais. Com dramaturgos e encenadores que são figuras que se aproximam do mestre da mesa existem conexões interessantíssimas. Muito legal que jogadores de RPG estejam de olho nisso. A comunidade artística também deveria se integrar mais

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